Quando eu era jovem levava um tempo para racionalizar minhas atitudes e reações, normalmente
duravam vários dias minha ira ou frustração até chegar ao perdão ou
arrependimento.
Se alguém me fizesse alguma maldade eu sofria horrores, chorava,
e ressentia aquilo tudo para depois perdoar. Igualmente quando fazia alguma
coisa ruim com alguém, demorava até reconhecer meu erro.
Sempre li e meditei em textos como:
“não deixe que o sol se ponha sobre a sua ira”
Ef: 4:26
“deixa
a ira e abandona o furor” Sl. 37:8
e o mais difícil de
todos: “ perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores. Mt. 6:12 ( esse era como uma espada na cabeça)
E todos esses textos
aumentavam na consciência o grau da minha culpa, ficava exausta de tanto sofrer
e lutar pra continuar zangada até ser vencida pela obrigação de perdoar e
reconhecer o meu erro. Graças a Deus e ao tempo de caminhada com Ele , não demora
mais tanto assim a autoanálise e o coração volta á paz mais rapidamente.
Mas hoje percebo que a
luta é outra, muito mais constante perigosa. Sinto o dever de não permitir
esses sentimentos nem por um segundo. E nessa luta me vejo, não como um soldado
armado até os dentes para guerrear, mas como uma
pessoa totalmente desarmada, frágil prestes a ser esmagada não fosse uma mão
tão graciosa e protetora, vigilante e poderosa como um escudo que não permite minha
destruição.
A guerra acontece dentro
de mim. Como se meu corpo se dividisse em dois espaços, um espaço dominado pela
luz e outro onde há trevas.
Hoje a luta é não
me permitir passear naquele espaço dentro do coração e da mente onde habita o
mal. Não me permitir adentrar as portas desse lugar fétido, frio e escuro, onde
há raiva, mágoa, ciúmes, inveja, ingratidão, intolerância, orgulho e todo sentimento de
maldade implantado pelo pecado original.
Mas aqui também é um lugar
de luz, de paz, de harmonia, perdão e amor, aqui habita a gratidão, a bondade e todos
os sentimentos comunicados pela graça de Deus. É nesse lugar que
preciso ficar a todo instante, e aqui tomar todas as minhas decisões, daqui
devem sair todas as palavras da minha boca, aqui meu olhar vê a direção segura para caminhar, aqui
há um desejo de obediência, de adoração e confiança. Quanto mais me permito estar
aqui, mais vejo minha comunhão com Deus refletir na minha comunhão com as
pessoas. Quanto mais me permito estar aqui, mais me desarmo de mim mesma e me
conscientizo do que Deus foi capaz de fazer, enviando seu filho para me salvar
de toda essa podridão e maldade.
Ainda vejo a porta
daquele lugar escuro, giro a maçaneta, e ao enxergar todo aquele mal sinto as raízes
sendo fincadas em cada parte do meu corpo, ao mesmo tempo em que as correntes
da escravidão se enroscam em meus pés e não gosto, eu odeio... mas o forte desejo
me faz perceber o tamanho da minha
fraqueza, até que ouço a voz do Espírito Santo que me alerta, Ele vem e
fecha a porta e sou salva. Fechada a porta e retomada a razão sinto descanso e
alívio.
O Senhor é a minha
fortaleza, não há nenhuma arma forjada que possa ultrapassar essa fortaleza, Sl
27:1 Ele é todo poder, todo amor, todo bondade e age com GRAÇA e MISERICÓRDIA. Dentro
dessa fortaleza me sinto segura. Com Ele e N´Ele sou salva, jamais por
merecimento, jamais por alguma atitude boa ou de reconhecimento, mas somente por
GRAÇA.
A capacidade de
entender o que Deus faz por mim, e o fato de amá-lo suplanta a capacidade de desejar
o mal a alguém. O que Jesus sofreu é muito mais grave e humilhante do qualquer
ofensa a mim mesma, então o perdão D´ele ultrapassa e não se compara ao perdão que devo dispensar a
outros.
E finalmente não estou só, tenho a presença do Santo espírito que me
ajuda na minha fraqueza. E é assim que todos os dias eu sou um lado mal
vencido, derrotado, Graças a Deus.
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