quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Ás vezes o mal a ser vencido sou eu!


                                                                                             
Quando eu era jovem levava um tempo para racionalizar minhas atitudes e reações, normalmente duravam vários dias minha ira ou frustração até chegar ao perdão ou arrependimento. 

Se alguém me fizesse alguma maldade eu sofria horrores, chorava, e ressentia aquilo tudo para depois perdoar. Igualmente quando fazia alguma coisa ruim com alguém, demorava até reconhecer meu erro. 
Sempre li e meditei em textos como:
 “não deixe que o sol se ponha sobre a sua ira” Ef: 4:26
  “deixa a ira e abandona o furor” Sl. 37:8
e o mais difícil de todos: “ perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores. Mt. 6:12 ( esse era como uma espada na cabeça)

E todos esses textos aumentavam na consciência o grau da minha culpa, ficava exausta de tanto sofrer e lutar pra continuar zangada até ser vencida pela obrigação de perdoar e reconhecer o meu erro. Graças a Deus e ao tempo de caminhada com Ele , não demora mais tanto assim a autoanálise e o coração volta á paz mais rapidamente.

Mas hoje percebo que a luta é outra, muito mais constante perigosa. Sinto o dever de não permitir esses sentimentos nem por um segundo. E nessa luta me vejo, não como um soldado armado até os dentes para guerrear, mas como uma pessoa totalmente desarmada, frágil prestes a ser esmagada não fosse uma mão tão graciosa e protetora, vigilante e poderosa como um escudo que não permite minha destruição.

A guerra acontece dentro de mim. Como se meu corpo se dividisse em dois espaços, um espaço dominado pela luz e outro onde há trevas.

Hoje a luta é não me permitir passear naquele espaço dentro do coração e da mente onde habita o mal. Não me permitir adentrar as portas desse lugar fétido, frio e escuro, onde há raiva, mágoa, ciúmes, inveja, ingratidão, intolerância, orgulho e todo sentimento de maldade implantado pelo pecado original.
Mas aqui também é um lugar de luz, de paz, de harmonia, perdão e amor, aqui habita a gratidão, a bondade e todos os sentimentos comunicados pela graça de Deus. É nesse lugar que preciso ficar a todo instante, e aqui tomar todas as minhas decisões, daqui devem sair todas as palavras da minha boca, aqui meu olhar vê a direção segura para caminhar, aqui há um desejo de obediência, de adoração e confiança. Quanto mais me permito estar aqui, mais vejo minha comunhão com Deus refletir na minha comunhão com as pessoas. Quanto mais me permito estar aqui, mais me desarmo de mim mesma e me conscientizo do que Deus foi capaz de fazer, enviando seu filho para me salvar de toda essa podridão e maldade.
Ainda vejo a porta daquele lugar escuro, giro a maçaneta, e ao enxergar todo aquele mal sinto as raízes sendo fincadas em cada parte do meu corpo, ao mesmo tempo em que as correntes da escravidão se enroscam em meus pés e não gosto, eu odeio... mas o forte desejo me faz perceber o tamanho da minha  fraqueza, até que ouço a voz do Espírito Santo que me alerta, Ele vem e fecha a porta e sou salva. Fechada a porta e retomada a razão sinto descanso e alívio.

O Senhor é a minha fortaleza, não há nenhuma arma forjada que possa ultrapassar essa fortaleza, Sl 27:1 Ele é todo poder, todo amor, todo bondade e age com GRAÇA e MISERICÓRDIA. Dentro dessa fortaleza me sinto segura. Com Ele e N´Ele sou salva, jamais por merecimento, jamais por alguma atitude boa ou  de reconhecimento, mas somente por GRAÇA.

A capacidade de entender o que Deus faz por mim, e o fato de amá-lo suplanta a capacidade de desejar o mal a alguém. O que Jesus sofreu é muito mais grave e humilhante do qualquer ofensa a mim mesma, então o perdão D´ele ultrapassa  e não se compara ao perdão que devo dispensar a outros. 

E finalmente não estou só, tenho a presença do Santo espírito que me ajuda na minha fraqueza. E é assim que todos os dias eu sou um lado mal vencido, derrotado, Graças a Deus.




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