quinta-feira, 24 de agosto de 2017


Pensei que fosse por amor

     Pensei que fosse somente por amor que eu me aproximava, mesmo sabendo que era um amor derivado e dependente do seu amor. Como a lua depende do sol, ele me move em sua direção, me faz querer conversar, me faz querer agradá-lo, estar perto pra senti-lo. Quando me afasto sinto saudade, uma inquietação que só passa quando de novo ouço a sua voz que me acalma, me orienta, e me dá esperança em meus momentos mais difíceis.
     Mas não... não é só por amor... é também por dependência. Não existe um lugar totalmente seguro, não há força em mim que resista aos males externos e internos, as solicitudes da vida são diárias e a provisão não está somente na força dos braços, dependo de ti, confio no teu cuidado e proteção, sei que o fruto da videira também é obra sua bem como o livramento do mal ao derredor.  Então confesso... me achego por dependência.
     E se penso que te amo com todas as minhas forças, e que eu sempre te “escolheria”, eu não o faço. Tristemente reconheço que apesar de me mostrar o que é bom, o que é justo e o que o Senhor requer de mim, eu às vezes escolho o mal, erro, e esse errar contra Ti me consome, tira a paz, a alegria e o que sobra é arrependimento e vergonha por algo ter me atraído mais do que o Senhor; mas algo me leva á sua presença, mesmo em pecado, com vergonha e peso na alma, o teu Espírito me convence e ajuda a chegar até a tua presença e desfruto de purificação, de um perdão que não mereço; uma Graça constrangedora que cobre todo pecado... reconheço, é também em busca de perdão que me aproximo. Peço humildemente, atrai-me mais que que qualquer outra coisa neste mundo, -atrai-me.
     E quando penso na fragilidade da vida e em como é fugaz.. em como vim e vou-me embora rápido como um breve pensamento, na insignificância desse meu ser, vem também à mente o seu Ser eterno, sem princípio nem fim, que não erra, não falha, é totalmente bom e amoroso, é superior á todas as coisas e seres, não há poder que se compare, não há nada que o contenha ou domine, meu olhar não consegue abarcar sua majestade, minha mente é incapaz de imaginar um fração sequer dos seus pensamentos, não posso alcançar...  é muito maior, melhor, e muito mais do que imagino... só consigo te apresentar um coração que te adora, consciente do que o Senhor é ... diante de Ti sou como um feto, de si totalmente indefeso e frágil  mas por ti totalmente seguro e protegido e é tão maravilhoso sentir o olhar gracioso do Senhor, seu amor, seu perdão, sua providência, só posso adorá-lo, mesmo que de forma imperfeita, é o meu desejo. 
     Como é bom tê-lo sempre comigo, ou como é bom estar contigo... por amor, por dependência, perdão ou necessidade de adoração ou outro motivo tão importante quanto esses; Não há melhor lugar para estar do que na tua presença.



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

PAI DE VERDADE







     O que vamos comprar para o papai? Essa pergunta vem com a proximidade do segundo domingo de agosto, quando é celebrado dia dos pais. Com presente ou sem presente, esse dia sempre leva a momentos de reflexão, de agradecimentos, reconhecimentos e de muita felicidade para uns e ás vezes de tristeza para outros. Um dos registros mais antigos de homenagens a um pai, vem da antiga babilônia, onde um jovem chamado Elmesu moldou um cartão em argila e deu ao seu pai, o rei Nabucodonosor expressando sua gratidão e lhe desejando uma vida longa. Em diversos países e diferentes datas é um momento sobre tudo de gratidão, por alguém que te protege, ensina, educa, cuida, supre, afaga, corrige, ama... sempre.
     Uma das reflexões que me vem à mente é sobre a alegria de ser PAI, e desfrutar daquela felicidade sentida quando recebe um presente que queria muito, mas com a diferença de reviver aquela mesma felicidade todos os dias da sua vida, pelo simples fato de olhar para o rosto desse seu “presente”, receber um telefonema, uma mensagem, um abraço ou só saber que aquele seu presente está bem em algum lugar. Mas outra reflexão mais profunda que me vem a mente é sobre a responsabilidade se ser um PAI de verdade para os filhos. Pais que ensinam, corrigem, motivam, suprem, amam e discipulam seus filhos.
     Houve uma triste história na bíblia acontecida com o rei Davi e dois de seus filhos, eles erraram gravemente e morreram e por isso esse grande rei chorou e desejou ter morrido em lugar dos filhos. Esse relato é descrito em 2 Samuel capítulos 13 a 19. Os erros desses dois filhos de Davi, como falta de domínio das vontades, rebeldia, distanciamento de Deus apontam também para uma ausência do “pai Davi” na formação de seus filhos. Sempre que uma criança está aprontando, é habitual ouvir a pergunta: Onde está o pai desse menino? Onde estava Davi?
     Para não ouvir esse questionamento é preciso estar sempre presente, com as atitudes recomendadas pelas sagradas escrituras: então o quê os pais presentes fazem:
Pais presentes ensinam:
     Algumas crianças são mais submissas que outras, são mais fáceis de ensinar, mas, todas têm suas vontades. Desde o nascimento já querem decidir o que comer, o que vestir, ahora de dormir, o que fazer e não fazer, mesmo não tendo conhecimento necessário elas querem decidir sozinhas. Como os filhos não tem esse conhecimento ao nascer, então eles precisam informação, precisam do saber, para depois decidir. Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele. Prov. 22:6
     Pais ensinam o certo e o errado, antes que os filhos tenham que tomar as decisões sejam elas pequenas ou grandes.
Pais presentes corrigem:
     É possível duvidar que um filho tenha feito algo errado pela complexidade ou pela maldade do ato. O erro de um filho pode até surpreender, decepcionar ou  levar a frustração, mas afinal, somos todos filhos de Adão e carregamos a semente do pecado, logo o erro deve ser confrontado, corrigido, levar ao arrependimento e mostrar o perdão assim como Deus faz. Isso é terapêutico. Em Prov. 29: 15 a 17 diz que não podemos deixar os filhos entregues a si mesmos, isso seria a nossa própria vergonha.

Pais presentes motivam:
     O impulso faz com que as pessoas ajam para atingir objetivo, ela envolve fenômenos emocionais, físicos e espirituais. O próprio Jesus motivou seus discípulos quando estavam desanimados, quando estavam pescando e não conseguiam objetivo, Deus motivou Gideão e Moisés quando eles se sentiram incapazes. Jz. 7:14 e Ex. 4:12. Filhos precisam ser motivados a acreditar que conseguem alcançar seus objetivos se trabalharem para isso, que há dignidade em colher resultados do seu próprio esforço. Essa realização leva a mais motivação, isso é cíclico.
Pais presentes demonstram afeto: 
     O salmo 2:12 diz: Beijai o filho para que não se irrite. Algumas pessoas não dão carinho porque não receberam carinho, são estéreis em demonstrar esse tipo de atitude. Ensinar o afeto é preparar um futuro de carinho e amor, e dar ao filho a possibilidade de ter um coração mais amável, receptivo, mais aconchegante. É mais alegre um ambiente com afetividade. Abrir os braços aos filhos e vê-los correr em sua direção é maravilhoso, e todo filho anseia por isso.

Pais presentes levam os filhos a Deus.

      A busca constante pelo prazer e outras prioridades tem afastado não somente os filhos mas toda a família da casa de Deus. O buscai em primeiro lugar o reino de Deus de Mt: 6:33 não é uma verdade vivida para muitos. Negligenciar o discipulado dos filhos e o desenvolvimento da fé é abster-se de dar a eles a melhor e mais rica vida que poderiam ter, que é a vida com Deus aqui na terra e a eternidade com Cristo.
     Ser PAI de verdade é um grande presente, mas também uma responsabilidade incalculável porque se trata da sua própria descendência, e o exemplo de um pai será lembrado, seja ele bom exemplo ou ruim, mas o pior é quando esse exemplo é imitado. É gigante essa responsabilidade.

     Parabéns aos pais que tem sido zelosos na formação dos filhos, seus frutos serão bons com a graça e a misericórdia de Deus. Parabéns a você pai que coloca suas vontades de lado em nome do nome honrado e do bom exemplo que quer deixar para sua descendência.