terça-feira, 22 de novembro de 2016

IGREJA PRA QUÊ?






     A vida anda cada vez mais cheia de atividades, todo o tempo precisa ser “bem” aproveitado e não dá mais pra perder um segundo sequer em coisas que não são prioridade como trabalho, estudo, família, saúde e lazer. Ir à igreja e dedicar duas horas inteiras em uma programação semanal, é algo a ser analisado. E gastar cerca de quatro horas em um domingo é muito pra quem estuda ou precisa descansar da semana exaustiva de trabalho, incluir aí duas ou três idas a reuniões e cultos no meio da semana já está fora de cogitação para muitos adeptos. Este pensamento, apresentado assim de forma tão fria, sem uma análise pessoal de cada caso parece injusto, mas infelizmente retrata uma realidade que tem causado o enfraquecimento e morte de igrejas no mundo inteiro.
     Numa recente preleção durante a semana da Fé Reformada o Rev. Hernandes Dias Lopes, expôs sobre o "esvaziamento das igrejas cristãs na Europa e em especial na Holanda".  Muitos templos antes usados para adoração, oração, consolo, onde tantos membros professaram sua fé, se transformaram em hotéis, bares, residências, bibliotecas. Um fato destacado foi o tempo que durou esse processo de extinção de determinadas igrejas, “uma geração”. Em uma geração igrejas deixaram de existir, e o mais significativo é que isso implica que pessoas abandonaram a sua fé.
     Uma espiritualidade racional buscada nos dias atuais, enfraquece o cristão quando em alguns pontos a ciência não valida as escrituras ou mesmo a nega. Uma comunhão esporádica com Deus enfraquece uma das principais atividades da vida cristã, que é frequência á igreja. E a ausência aos cultos (adoração, oração, estudos bíblicos) forma um cristão desnutrido, fraco, incapaz de viver de acordo com os padrões bíblicos. Quando se ouve a respeito do abandono da fé, fica a tristeza e uma pergunta: o quê aconteceu?
     Encontramos a resposta na bíblia, na parábola do semeador, onde Jesus disse que uma parte das sementes caiu entre os espinhos, são aquelas pessoas que ouvem a palavra, porém os cuidados deste mundo, a fascinação das riquezas a sufocam. Mt 13:22 e 23. Em Rm 10:17 Paulo diz que a fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo. Em Hb: 10:25 “e não deixeis de congregar como é costume de alguns. Jesus nos deixou o exemplo em Lc 14:18 Ele foi à sinagoga como era costume. Em Sl 122:1 Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor? E no Salmo 100: 4 e 5 diz: Entrai por suas portas com ações de graça, e nos seus átrios com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei lhe o nome. Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre e de geração em geração a sua fidelidade.
     Não há um abandono da fé sem anterior desobediência a esses ensinamentos. Os sinais desse abandono paulatino são claros, a ausência dos cultos é um deles, esse comportamento diz que não há desejo de adorar, ele foi sufocado por algum cuidado deste mundo. Quem duvida da necessidade de ir à igreja para uma vida Cristã saudável, forte e frutífera está certamente obscurecido ante as verdades bíblicas.
     Nenhum cristão quer fazer parte da geração que fechou igrejas, mas muitos estão agindo para isso. Pense a respeito. Que essa geração e sua descendência sejam conhecidas pela busca do fortalecimento da igreja do Senhor, que seja geração de verdadeiros adoradores, que não deixa de congregar e não abandona a fé.  
    


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Onde está o homem ideal?



     Quando ela chegou à adolescência começou a ouvir certos comentários em tom de brincadeira: - jajá começarão a surgir interessados- daqui a pouco estará namorando - num piscar de olhos vai estar casada!
Ela sorria envergonhada, mas sozinha se perguntava: com quem eu vou me casar?
Será que ele terá um coração bom? Onde será que vou morar? Quantos filhos terei? tomara que dê tudo certo. A vida seguia, bem como as brincadeiras e as interrogações deram lugar á idealização do amor da sua vida.
     Sempre que ela via características em algum homem que a agradava, logo somava ao seu ideal de namorado. E a lista crescia, ela queria alguém bondoso, romântico, gentil, manso, cavalheiro, simpático, bonito, cristão, trabalhador, honesto, que a tratasse como princesa e lhe desse flores sempre, mesmo sem motivos.
     Ela começou a notar olhares diferentes, mais demorados, as conversas agora com os meninos tinham outro tom, ao contrário de assuntos escolares, do dia a dia ou da igreja que frequentava, passaram a ter um tom de elogio e ela gostava muito disso, gostava de ser elogiada. Mas aquela lista nunca dava certo, sempre ficava incompleta. A vida começou a mostrar que essa "escolha" dependia também de ser escolhida, assim como ela, ele também estava buscando uma mulher com algumas características, foi então que ela teve medo, sua auto confiança ficou abalada, ela era cristã, mas talvez não fosse boa o suficiente, bonita o suficiente, simpática o suficiente, enfim suficiente o bastante para ser escolhida.
     Então certo dia num culto á noite, ela olhou um rapaz que estava lá na frente ajudando o pastor a ministrar a ceia, ela percebeu o quanto ele era simpático, lindo e cristão, PERFEITO. Naquela noite ela mal conseguiu dormir, pensando que havia encontrado o homem ideal, ela orou e falou com Deus sobre tudo o que estava sentindo, continuou orando sozinha, e orou mais... agora ela via o homem que completava a sua lista mas não se sentia suficiente para ser escolhida.
    Depois de um tempo sem nenhum olhar prévio, sem qualquer indício de interesse ele chega pra ela e diz: você quer namorar comigo? Um turbilhão de pensamentos passou em sua mente, mas como assim? você nem me olhava? mas era tudo que ela queria, tudo que ela idealizou, apesar da insegurança estar presente foi um momento de grande felicidade, um daqueles momentos que não queremos que acabe.
     Mais um tempo, noivado, casamento, faculdade, filhas, mudanças, e anos de convivência a fizeram lembrar inúmeras vezes que aquele que foi idealizado não correspondia com aquele que estava ao seu lado em muitas ocasiões, e ela nunca perguntou se ele tinha uma lista de mulher ideal, apesar de sempre sentir que deveria ser a mulher virtuosa de provérbios 31.
     Já se passaram mais de duas décadas e ele definitivamente não é romântico, também não é manso, mas tem um coração bondoso e a faz rir das coisas mais inusitadas, ele continua lindo e muito simpático (muito mais do que ela) é honesto e cristão dedicado, trabalha muito, é educado mas não é dado a muitas gentilezas, ela não recebe flores sem um bom motivo rsrsrsr... Mas isso ela já superou. E ela ela sabe bem que não é perfeita.
     Aquela lista do homem ideal trouxe muita expectativa, isso não foi bom, cada indivíduo é livre para ser e agir fora das regras criadas na imaginação de outro.
Hoje ela sabe que o homem ideal estará sempre no campo das ideias, do imaginário, a vida real faz pessoas com defeitos, mas o importante é não desistir de ser melhor todos os dias, essa é uma jornada que a tem deixado fascinada, ambos são imperfeitos, mas eles se perdoam por isso, se adaptam e seguem frente... mudando sempre. Em todo o tempo estão diante de Deus, isso é restaurador. Alguns dias são difíceis, alguns dias são bons, mas há também dias como aquele que ele a pediu em namoro, primeiro de outubro de 1989, dias de muita felicidade, dia que não gostaríamos que acabasse.
       Depois que entendeu tudo isso ela é mais feliz!
    Ah! ... Ele ainda ajuda o pastor a servir a ceia, ela o olha com encanto ...e o ama.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Pequena pedra, grande queda!






Pequena pedra, grande queda.


     Caminhar é um ato dinâmico, ao percorrer qualquer distância as atenções são múltiplas, notamos as belezas, ouvimos os sons ao redor, sentimos os odores, as temperaturas e tudo isso em poucos instantes. Isso é contínuo por todo o percurso até atingir o objetivo com esperado sucesso.
     Durante o trajeto contornamos os grandes obstáculos, aguardamos o melhor momento para travessias, calculamos tempo de outras rotas, descansamos para evitar a fadiga e prosseguimos, mas ... às vezes  não nos atentamos à pequeninas pedras pelo caminho e quando nos damos conta lá se foi um grande tropeço, quando não uma queda.
Depois só resta administrar as consequências que variam de acordo com a intensidade do ocorrido.

     Na vida é mais ou menos parecido. No convívio diário ou naqueles relacionamentos esporádicos, desfrutamos da companhia de pessoas queridas, sorrimos, apoiamos, amamos, somos amados, ouvimos, sentimos, apreciamos, afastamos, aproximamos, abraçamos etc. e no meio dessa dinâmica de conviver algumas pedrinhas podem causar tropeços e quedas de consequências dolorosas, por simples falta de prestar mais atenção onde se está pisando, ou em QUEM talvez se esteja pisando.
      Pessoas extremamente fortes em algumas áreas podem ser bem fraquinhas em saber onde “pisar” ou mesmo em visualizar as pedrinhas minúsculas na sua frente, outras vezes pessoas corajosas e destemidas que enfrentam grandes obstáculos tropeçam e caem por pequenos detalhes, como o grande apóstolo Pedro, corajoso e
destemido tentou defender Jesus chegando a ferir um soldado armado quando este foi prender seu mestre, mas logo depois negou a Jesus diante da pergunta de uma criada. Enfrentou um soldado armado e se acovardou diante de uma mulher inofensiva. Uma pequena pedra, uma grande queda. João 18: 1 a 11 e Mateus 28: 69 a 75.
     Infelizmente há daqueles que tentam mostrar preparo, destreza e conhecimento em grandes ocasiões, tem uma postura cuidadosa, educada e vigilante diante de “certas” pessoas, mas no dia a dia, ao lidar com as situações “menores” falham, catastroficamente. Adquire-se sabedoria e experiência para lidar com as grandes guerras da vida a partir de batalhas diárias . Ao agir e reagir nas coisas rotineiras é que revelamos de verdade o que estamos levando no coração. O jeito mais eficiente de obter sucesso nesse caminho é meditar e guardar a palavra do Senhor no coração e na memória, sendo assim, revelaremos também amor verdadeiro pelos ensinamentos de Deus. A bíblia como regra de fé e prática, nos direciona, ilumina, fortalece, corrige e exorta. Isso é bom, temos um manual e guia para todos os caminhos a percorrer.

     Guardemos essa promessa: Grande paz tem os que amam a tua lei, para eles não há tropeço. Salmo 119: 165